2070/Case aberto...

2070@MiniClub

Sábado agora (26) rolou a primeira edição da festa 2070 no Mini Club.Essa festa foi uma idéia minha em parceria com o DJ Zinco e também abraçada pelos DJ's Uilson Groove e Marco.Nada mais é que uma festa voltada ao Funk/Soul dos anos 70, resgatando as raridades desta época que pra muitos (inclusive pra mim) foi a melhor década musicalmente falando.

Vários amigos e admiradores de boa música circulavam pelos cômodos da casa ao som de muito rare groove brazuca com as pauladas do Funk americano.

Em fevereiro provavelmente haverá outra edição pra quem não curtiu a primeira ter a oportunidade de ver e ouvir sobre o que estou falando.

Case Aberto

Vou começar a postar aqui fotos, informações e trechos de alguns resultados dos "diggin's nossos de cada dia".Funk (claro!), Jazz, Samba-Rock, Rock e o escambau...aguarde!

O que minha mãe falava está acontecendo...

Já te disseram alguma vez algo como - "..Isso é fase, coisa de adolescência, quando você ficar mais velho você vai mudar seu gosto pelas coisas...".Minha mãe costumava me falar isso, e eu muito convicto do que era bom e ruim pra mim desde cedo, não dava ouvidos ao que ela dizia, devido também a grande diferença na forma que nós dois tinhamos de pensar sobre qualquer tipo de assunto.Pois bem, creio que nessa eu cai do cavalo.O motivo é a falta de interesse no Rap nacional que a cada dia e a cada disco que passa mais me deixa intediado e frustrado.Mas não sou só eu que penso assim, vejo muita gente que pensa da mesma maneira e acaba partindo pra outras escolhas quando se quer ouvir um som quando estão indo pro trabalho ou estão em casa.As vezes me pergunto se o Rap que tá chato ou sou eu que estou chato e perfeccionista demais com o trabalho dos outros.Não julgo nunca o esforço das pessoas, o trabalho, a dedicação e a concentração e boa vontade de fazer um disco e por na rua, até porque sei bem como é isso, mas a questão é que não consigo ouvir duas vezes um disco de Rap nacional há tempos.O "Eu tiro é onda" do D2 que saiu em 98, pra mim, é muito mais evoluído e mais bem elaborado que qualquer disco que saiu ultimamente, e isso faz 10 anos!!!Acho que falta muitas vezes nas pessoas que fazem Rap e que carregam este nome consigo um pouco de olhar critico pra coisas, pois a cada dia que passa é mais difícil viver de música e conseguir alcançar multidões, e mesmo tendo ciência disso as pessoas se trancam num determinado estilo de fazer Rap que leva a uma pequena classe de pessoas que aderem a este estilo chegar a comprar o disco e ir nos shows.Não sou melhor que ninguém e nem pretendo ser, erro em muitas coisas e acerto em outras, mas isso não me tira o direito de dizer (como ouvinte) que o Rap no Brasil ta chato e repetitivo.Não existe variação, não existe swing, não existe inovação, não existe quebra de moldes, ta tudo igual!E o pior é que todo mundo sabe disso, todo mundo quer mudar, quer se destacar, mas não faz porra nenhuma.

Espero que o disco do Primeira Audição saia da forma que estou esperando, acredito que deva sair no fim deste ano se tudo ocorrer como esperado e traçado.E espero também que ouvindo ele as pessoas renovem a sua vontade de ouvir Rap nacional ou que pelo menos sintam que possuem uma boa escolha na prateleira.

PS - Espero também que o que minha mãe dizia continue não fazendo sentido pra mim....desculpa a sinceridade.

Saída

Este é um assunto um tanto complexo que nesta manha cinza e meio fria de sexta feira parei pra pensar umas 5 vezes se deveria escrever sobre o assunto ou guardar na cabeça (e na garganta) tudo o que penso sobre diversas coisas que escuto e troco ideia sobre o mundo da música hoje em dia.O que mais escuto e o que mais penso é sobre a tal da "saída"?Qual a sáida?Onde esta a saída?Saída que digo pras pessoas que trabalham com música e procuram reconhecimento e porque não dizer, sem demagogia, SUCESSO.Parece ser um pecado dizer esta palavra, parece que o correto é fazer música para ser admirado, mas não conseguir viver da arte que exerce e desenvolve muitas vezes durante anos e anos e vendo o tempo passar do seu lado.Digo isso pelo fato de ouvir diversas cobranças diariamente ao pé do ouvido tanto de pessoas próximas quanto de mim mesmo.São frases que me atormentam algumas vezes e em outras ocasiões me dão coragem e força, como:"...O que voce quer da sua vida?...", "...Até quando vai ficar nisso?...", "...Posso te enviar uma mixtape?...", "...Vamo marcar sim, agente vai se falando...", "...o show não vai rolar mais...", "....o cara vai fazer um set de 6 horas e não vai rolar de por você 30 min...."
Vejo alguns exemplos diariamente de "gente que faz" e algumas delas eu conheço ou reconheço o seu devido esforço e consequentemente seu valor, e vejo estas pessoas prosperando, ultrapassando barreiras, subindo montanhas e fico feliz por estas pessoas.Com certeza elas encontraram alguém que de alguma forma as ajudaram e o mérito de tudo isso foi o batalhador ter encontrado seu abrigo, ou seja, uma ter encontrado a outra.Eu ainda estou procurando o meu abrigo profissionalmente falando, pois o sentimental eu ja possuo.Tenho pessoas que podem me ajudar, mas jamais vou exigir delas coisas que não estão ao seu alcance, prefiro correr eu mesmo e tentar fazer acontecer sem a ajuda de ninguém....será que consigo?Creio que não, sinceramente.Tudo na vida agente precisa de outras pessoas para poder fazer, se quer tocar numa festa você precisa da pessoa que faz a festa, se você quer fazer a sua festa você precisa do cara que é dono do local, se você quer construir um local pra fazer a sua festa e você mesmo tocar, você precisa marcar hora na imobiliária pra fazer a papelada e pegar a chave, ou senão de alguns amigos pra por tijolo encima de tijolo pra levantar a casa....tendo tudo isso, você precisa do PÚBLICO, coisa que hoje em dia tem sido difícil conquistar devido a diversos fatores que muitos já conhecem.Muita coisa né?
Pro RAP eu não vejo outra saída, se tratando de Brasil é logico, que não seja fazer um som mais pra pista, mais alegre, mais dançante, não entendam isso como "se vender", pois acho esta palavra um tanto perigosa quando o assunto é música e showbusiness, mas sim se ADEQUAR ao que a grande massa consome, por que senão meu chapa você vai continuar fazendo showzinho em palco alternativo de evento da prefeitura e vai achar que está no Woodstock.Se tratando de "cena gringa", francamente eu não vejo outro jeito de fazer sucesso fora do país, viajar bastante, conhecer pessoas novas, lançar disco por selo gringo, senão for fazer música em inglês.Ninguém la fora consome música que não entenda o que a pessoa está falando,isso é fato, Tom Jobin, Astrud Gilberto e até o Cansei de Ser Sexy tiveram que se ADEQUAR a isso.São tempos diferentes é verdade, mas a filosofia foi a mesma.Inglês é lingua universal e tanto no Brasil quanto numa cidade do interior de Israel você vai encontrar um disco do U2.Isso não é só para nós, existem diversos artistas que tiveram que se ADEQUAR a isso, desde o Promoe até o Akon.Isso tudo eu digo pros mc's, cantores, cantoras que estão por ai se perguntando "qual a saída?"Francamente, eu vejo assim, lá fora o underground funciona, aqui dentro é totalmente "ame ou deixe-o".
Já em relação a área que atuo a coisa é mais dificil ainda, pois DJ não canta, DJ toca.Sua comunicação é com o par de toca discos, ou cdjs....whatever!E a "cena" daqui de sampa a cada dia mais me dá nojo.Gente que eu contava com algum tipo de ajuda finge que não existo e pessoas que eu conhecia de vista agora estão do meu lado, talvez isso seja um bom sinal, talvez seja um momento passageiro.A minha saída deste labirinto eu continuo dia a dia procurando, pensando, refletindo sobre o que já fiz e sobre o que devo fazer.Eu fui um bom aluno de história dos outros, espero tirar pelo menos um 6,5 na minha própria história e saber me ADEQUAR ao mundo que vivo sem precisar deixar de fazer o que gosto.


Adequar - ajustar; acomodar; amoldar; apropriar, proporcionar.

Pra começar o ano bem!

2070!

Festa voltada a Funk/Soul Music dos anos 70 com algumas pitadas de grooves brazucas.

É a primeira de muitas...